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Para quem pensa que Jiu Jitsu é sinônimo de pancadaria gratuita, vai aqui uma lição: a arte marcial pode e deve ser usada para formação moral. Um dos mais antigos tipos de arte marcial, o Jiu-Jitsu é um eficiente mecanismo de defesa pessoal. E como esporte, vai muito além de um método de usar a força física para machucar o outro, por isso, seus praticantes não podem ser identificados como baderneiros só por causa dos músculos, pelo menos não de forma generalizada! Existem, na Bahia, 85 academias filiadas à Federação Baiana de Jiu Jitsu, metade delas em Salvador. Todas juntas sob um mesmo lema: Jiu Jitsu contra as drogas.

E, claro, contra a violência. A origem da luta é contraditória, atribuída à China depois Índia, Japão e Brasil, segundo informações da Confederação Brasileira de Jiu Jitsu. Conta uma das história que monges budistas, obrigados a percorrer longas estradas desertas criaram a luta para se defender de saqueadores.

O detalhe é que eles não podiam portar armas e para compensar usaram conhecimentos sobre as partes fracas do corpo humano e sobre as leis da física (equilíbrio, momento de força, força de alavanca, inércia, centro da gravidade) e criaram a arte que tem na defesa pessoal a sua essência. De arte de defesa, o Jiu-jitsu passou à modalidade olímpica. A parte competitiva é o momento em que os atletas exibem as habilidades técnicas, físicas e psicológicas.

Na arena, o objetivo é alcançar a vitória sobre seus adversários, fazendo com que ele desista da luta. Para isso, podem ser usados golpes para neutralizar, imobilizar, estrangular, pressionar, torcer articulações, como também lançar seu adversário ao solo através de quedas. Não podem ser usados golpes considerados desleais, como por exemplo morder, puxar cabelo, enfiar os dedos nos olhos, atingir os órgãos genitais ou torcer dedos. Não à violência, não às drogas. Usar o Jiu Jitsu como uma arma para combater o uso de drogas é o grande objetivo da Federação Baiana, fundada em 1997.

O trabalho feito com as academias filiadas é o de conscientização e os professores são orientados a mostrar os malefícios de todos os tipos de drogas, inclusive o cigarro comum e o álcool. Aos poucos, o trabalho vai dando resultado. Seguindo esse lema, a Federação coleciona histórias de recuperação de alunos que se livraram das drogas por causa do esporte.

"Vários alunos chegam às academias viciados em algum tipo de droga, alguns em drogas pesadas e, muitos estão livres do vício, constituíram família e tudo", comemora o presidente da Federação Baiana de Jiu Jitsu, Ricardo Carvalho.


Outra luta da entidade é para acabar com o estigma de que o esporte está associado à violência. "A gente procura informar às pessoas que querem conhecer o esporte a procurar uma academia de respeito", explica Ricardo. Um dos grandes obstáculos enfrentados é a proliferação de academias clandestinas e nem sempre bem intencionadas: "Fazer Jiu Jitsu virou moda, está na televisão, então um cara abre uma academia na garagem, sem grande instrução", reclama, lembrando que a solução é procurar a Federação para saber qual a academia filiada mais perto da casa do candidato.

Saúde Moral é uma das principais equipes de lutadores baianos e está na Academia Edson Carvalho, fundada em Salvador em 1996, e que tem um lema curioso: ‘Lutando pela saúde moral’. O que significa isso? O sensei Edson explica: "A gente tenta formar homens faixa preta não só dentro do tatame, mas que tenham atitudes saudáveis também na vida. Para isso, o Jiu Jitsu deve ser visto antes como esporte educativo do que como luta, e o modo para alcançar esse objetivo é investir em professores que saibam mostrar aos alunos a importância de valores como superação de limites, respeito ao próximo", acredita.

"Não basta ensinar movimentos, o professor tem que preparar a cabeça do aluno, servir de bom exemplo para ele", explica. Edson Carvalho é sensei, palavra japonesa que significa mestre e pode dizer que tem a arte marcial no sangue. Sua trajetória no Jiu-Jitsu começou quando tinha 5 anos, aqui, na Bahia, com inspiração no pai, que era lutador (além dele, quatro irmãos são faixa preta no esporte, e vários sobrinhos estão seguindo a mesma trilha).

Ao longo da sua vida, o sensei foi campeão brasileiro em todas as modalidades da arte marcial, competiu na Coréia, China, Japão, Tailândia, Estados Unidos e Europa. Por pouco não foi a uma olimpíada. Hoje mora em New Jersey, nos Estados Unidos, onde mantém uma academia e treina, dentre outros lutadores, policiais da Swat. Ou seja, está exportando a qualidade do Jiu-Jitsu desenvolvido na Bahia.

Com todo esse currículo, ninguém melhor do que ele para dar o recado: "Temos que encarar a vida de forma realista, ninguém é super-homem, todos têm defeitos, fraquezas e mazelas que devem ser combatidas para chegar ao crescimento interior".

O Jiu Jitsu é recomendado para qualquer pessoa, a partir dos quatro anos de idade, sem limite máximo. O esporte é interessante não só para desenvolvimento do corpo e trabalho da musculatura ou para quem quer um mecanismo de defesa pessoal.

Serve, também, como fonte de auto-estima e auto-confiança, controle das emoções, prepara o físico e a mente. A prática do esporte é recomendada por médicos, psicólogos e educadores, uma vez que os princípios fundamentais são os do respeito pelo próximo, a autoconfiança e a ordem moral e física.

A mensalidade tem o custo de R$150,00, para uma hora de aula todos os dias, em algumas academias, como a Edson Carvalho. Fora isso, tem o custo do quimono R$ .
Para conhecer mais:

Federação Baiana de Jiu-Jitsu
Avenida Oceânica, Edifício Rosalva. Nº 295, CEP 40.140.130.
Salvador-BA, Brasil.
Telefone: (71) 9-9908-3404
Fixo: (55 71) 4105-4031
Email: senseiricardocarvalho@hotmail.com


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